AS RESPINGAS OU REMANESCENTES

UM DOS TEMAS MAIS DIFÍCEIS DA ESCATOLOGIA NO PERÍODO DA TRIBULAÇÃO:


“AS RESPINGAS E OS REMANESCENTES”     (Pr Djalma Pereira).


Trata-se de um assunto teológico polêmico que deve ser estudado com profundidade textual e com boa base hermenêutica para da melhor maneira possível esclarecer pontos, aparentemente, divergentes objetivando manter uma linha imparcial a bem da verdade escriturística.

É necessário ter bem definido as duas linhas posicionais da Nova e da Velha Aliança pertinentes a Israel como nação e a Igreja de Cristo Universal como a esposa do Cordeiro de Deus, respectivamente.


As “respingas” – Quer dizer colheita do resto ou sobra que ficavam nos cantos dos campos durante as colheitas para os pobres e aflitos em Israel. Vem da palavra hebraica “laqat” ou colher, respingar. Dt 24.20-22; Jui 20.45

As “respingas” da primeira ressurreição serão recolhidas no final da segunda metade da grande tribulação que, também, fazem parte da primeira ressurreição.  Mt 24.20-22; Ap 7.9-17; 14.13-16; 15.2; 20.4.
Textos básicos:
Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias. Mt 24.21-22

Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Rm 9.27; Is 10.20-22.
E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Ap 7.13-14.
E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte. Ap 12.11; (Ap 2.10).
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Ap 20.4.
         
Paralelismo:
I – No Velho Testamento:

   i. As respingas - Estava previsto, simbolicamente, no Velho Testamento, conforme está escrito em Dt 24.19-22, sobre lei das respingas (rebuscas) assim: “(...) Mas lembrar-te-ás de que foste servo no Egito, e de que o SENHOR teu Deus te livrou dali; pelo que te ordeno que faças isso. Quando no teu campo colheres a tua colheita, e esqueceres um molho no campo, não tornarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos. Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás para colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será. Quando vindimares a tua vinha, não voltarás para rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será. E lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito; portanto te ordeno que faças isso”. (Lv 19.9-10; 23.22, 25.25-34; Jr 32.1-5; Rt 2 e 3; Dn 12.1-3).

            ii. As respingas que vieram do cativeiro da Babilônia com Neemias e Esdras para Jerusalém. Ler: Ne 2.4-20; 7.5-67; 9.1-38; 10; 11.1 a 12.26; 13.6-31; Ed 1; 2; 7 a 10.
            Exemplo: Ler no livro de Rute os capítulos 2 a 4. Rute era uma gentia prosélita e mãe em Israel, que apanhando os feixes de trigo e a sobra nos quantos dos campos, mostra como foi aplicado a lei da “respinga” por direito, como um tipo do remanescente em Israel. Boaz (quer dizer remidor) – tipo de Jesus como Redentor - que era da tribo de Judá, foi o remidor como parente mais próximo de Salmom. Da descendência de Boaz e Rute nasceram: Obede, Jessé, Davi donde veio a genealogia de Jesus como Messias e Redentor, assim: Mt 1.1, 5-6. Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão (...) E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé; e Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias”. (...) Lc 3.32, E Davi de Jessé, e Jessé de Obede, e Obede de Boaz, e Boaz de Salá, e Salá de Naassom”.

II – No Novo Testamento

i. As respingas dos Israelitas na época de Jesus: A missão de Jesus no seu primeiro advento foi para se cumprir as Profecias do Velho Testamento com relação ao remanescente de Israel, foi assim: “(...) Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”. (Mt 5.17-8).

A geneologia de Jesus monstra como Deus preservou “um remanescente” através dos séculos, para cumprir o seu plano redentor e messiânico com o Seu Filho Unigênuto – o descendente da promessa abraâmica – segundo as Escrituras, como está escrito: (...) “Então caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo: (..) E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. Gn 17.3, 7. (...) Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo”. Gl 3.16. (...) “Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou a Isaque; e Isaque gerou a Jacó; e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos; (...) De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para a babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a babilônia até Cristo, catorze gerações. (Ler: Mt 1.-1-17; Lc 3.23-38; Rm 4.9-25; 9.28-29; Gl 4.21-31).
         ii. Como Jesus tratou o remanescente de Israel na Sua época:

a) Primeiro anunciou a chegada do Reino dos céus. Conforme está escrito, assim: “(...) Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus”. (Mt 10.6-7).
             b) Depois Jesus comissionou seus discípulos para anunciar, também, o reino dos céus.  Cumprindo a sua missão Jesus, então, enviou seus discípulos para anunciar a vinda do reino dos céus ao remanescente de Israel (Mt 10.6-7), assim:

1. Os doze apóstolos. Jesus enviou estes doze (apóstolos), e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel”. (Mt 10.6).

2. Os setenta discípulos. Depois enviou mais setenta discipulos de dois em dois, assim: (...) “E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir. E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos” (...) “E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus. Mas em qualquer cidade, em que entrardes e vos não receberem, saindo por suas ruas, dizei: Até o pó, que da vossa cidade se nos pegou, sacudimos sobre vós. Sabei, contudo, isto, que já o reino de Deus é chegado a vós”. (Lc 10.1-3; 9-11).

iii. Como Jesus foi tratado na Sua época pelos judeus:

            a) Por João Batista como arauto do Rei. João Batista, também, iniciou a sua pregação anunciando a chegada do Reino dos céus, assim: E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”. (Mt 3.1-2). “(..) No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu”. Jo 1.29-30.

b) Jesus foi rejeitado no Seu primeiro advento. Neste primeiro momento Jesus foi rejeitado como o Messias, isto é, veio para o seu povo como nação israelita e os seus não O receberam, como está escrito: (...) Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. (Jo 1.11). (...)  E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará”. Lc 18.31-33; (...) Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado. O presidente, porém, disse: Mas que mal fez ele? E eles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado”. Mt 27.22-23
            c) Aquí fica claro que a primeira missão de Jesus foi, especialmente, dirigida a Israel, porém, foi rejeitado. Vejam nos textos a seguir como Jesus tratou seus irmãos da nação de Israel: Mt 3.1-17; 4.12-25; 5; 6; 7; 10.1-23; 11.1-29; Mc 1.9-22; 6.7-13; 11.1-11; Lc 2; 3.1-22; 5.8-11; 10.1-20; Jo 1.15-51;2.1-17; 3.1-36; 4.19-45; 6.59-71; 11.17-46; 12.9-19, 44-50.

            iv. A porta da salvação foi aberta para todas as nações.  
Com a rejeição de Jesus a porta foi aberta para todas as nações, como está escrito assim: (...) “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1.12-13; (...) “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens”. (Jo 10.9).


v. A missão da Igreja Militante.

Após Sua ressurreição ordenou para ser pregado o Evangelho a todas as nações para tirar um povo para Seu nome, ou seja, edificar a Sua Igreja Universal, como está escrito, assim: (...) E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” Mt 28.18-20. (...) “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Mc 16.15-16). (...) “Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder, mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. At 1.6-8.

vi. O 1º Concílio em Jerusalém confirma a missão da Igreja.

Com a palavra Tiago declara que Deus “visitou os gentios para tirar um povo para seu nome, ou seja, a Igreja de Cristo Universal, assim: (...) “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito: Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, Levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas, conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras”. (Am 9.11-12; At 15.15-18).

vii. A revelação do Fundamento insubstituível da Igreja - Cristo.

Estava, em parte, oculto no Velho Testamento o projeto de Deus sobre a Igreja edificada sobre Jesus Cristo como fundamento da Igreja, e que, só agora foi revelado no Novo Testamento, conforme está escrito assim: (...) Disse-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mt 16.15-18.

viii. Os apóstolos confirmam Cristo como o fundamento da Igreja:

.           a) O apóstolo Pedro afirma: Como está escrito: (...) “Ele (Jesus) é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. At 4.11-12. (...) “Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina, E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo”. 1ª Pe 2.5-7.

b) O apóstolo Paulo afirma: Como está escrito: (...) “Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido”. Rm 9.33. (...) “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito”. Ef 2.21-22. (Ler: Sl 118.20-23; Is 28.16; At 4.11-12; Rm 9.33; 1ª Co 3.11-17; 1ª Pe 2,1-9).

ix. O sacerdócio real segundo a ordem de Melquisedeque.

Os vencedores pertencerão ao sacerdote real e reinarão com Cristo mil anos. (1ª Pe 2.9; Ap 1.6; 20.6). O sacerdócio real é segundo a ordem de Melquiseque pertence à Igreja, (Sl 110.4; Jo 1.29-34; Hb 6.20; 7.1-28; 1ª Pe 2.1-9), e, portanto, estes como membros do Corpo de Cristo, remidos no sangue do Cordeiro de Deus, (Jo 1.29), participarão, na presença do Esposo, da ceia nas bodas do Cordeiro, que é a celebração vitoriosa do memorial da Nova Aliança. Mt 26.26-30; 1ª Co 11.23-25; Ap 19.5-9. (Ler mais: Gn 14.18-20;  Mc 14.22-26; Lc 22.14-20; Jo 13; 14; 15; 16; 17; Ap 19.7-9).

COMO SERÁ A SALVAÇÃO DOS REMANESCENTES DURANTE A TRIBULAÇÃO?

Segundo um comentário feito por C. I. Scofield na Bíblia comentada por ele, afirma que: “A tribulação será um período de salvação, assim: Os eleitos de Israel serão assinalados (Ap 7.1-8) com uma inumerável multidão de redimidos por Jesus”, (Ap 7.9-14; 12.7-18). O remanescente de Israel, entretanto, não faz parte do sacerdócio real de Cristo, (Ap 1.5-6; 20.6), porque pertence ao sacerdócio arônico-levítico instituído na Velha Aliança, conforme consta na Lei de Moisés. (Hb 6.20; 7; 8; 9.6-27; 10.1-23). Vejamos  como será com o remanescente dos salvos entre os gentios e de Israel na tribulação:

I - O REMANESCENTE DOS CRENTES SALVOS NA TRIBULAÇÃO

Findo o tempo da missão da Igreja, após o arrebatamento, então, ficará para trás uma parte do cristianismo nominal correspondente à respinga (remanescente) desta dispensação, a qual passará pela tribulação, e se converterá juntamente com os israelitas, (Ler: Dt 4.30-31; Dn 12.9-13; Dn 9.27; Ap 12.11-12; 13.11-18; 20.4-6), como está previsto em Mt 24.15-22, 29-31; Lc 17.20-37; 19.11-27 Ap 7.9-17; 12.7-12; 14.6-16; 15.2.

            Jesus comparou este evento como foi nos dias de Noé e Ló explicando que ficará uma parte para trás como está escrito em Lucas 17.30-37, a saber: (...) “Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar. Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo as suas alfaias em casa, não desça a tomá-las; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á. Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada. Dois estarão no campo; um será tomado, o outro será deixado. E, respondendo, disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias”

II - A RESPINGA DA PRIMEIRA RESSURREIÇÃO NA SEGUNDA METADADE DA TRIBULAÇÃO

  A respinga dos gentios da primeira ressurreição. Remanescente dos gentios convertidos na tribulação conforme está escrito em Ap 7.9-17. Estes foram salvos, também, redimidos pelo sangue de Jesus e vieram da grande tribulação conforme está escrito: “(...) v13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? v14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, v15 razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo, (Ap 7.13-15).

A respinga dos martirizados da primeira ressurreição - Estes terão parte na segunda etapa da primeira ressurreição, durante a segunda metade da grande tribulação, após serem martirizados por não adorarem a imagem da Besta, como está escrito em Ap 20.4-5, assim: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição”.

           
            III - O REMASCENTE DAS NAÇÕES VIVAS APÓS A TRIBULAÇÃO

           
 O remanescente das nações vivas - Na volta de Jesus para reinar, depois da grande tribulação, haverá o julgamento das nações vivas donde terá um remanescente salvo identificado como “as ovelhas”, colocado à direita do Messias como Rei dos Reis e Senhor dos senhores, (Sl 2; Ap 19.16). Estes entrarão para reinar com o remanescente de Israel, como está escrito assim: “v31 E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória; v32 e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. v33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. v34 Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”. Mt 25.31-34.


            Esclarecimento. O Julgamento das nações vivas não deve ser confundido com o juízo final do trono branco em Ap 20.11-15: O julgamento das nações vivas foi vaticinado por Jesus em Mateus 25.31-46, o qual será na terra após a tribulação e antes do milênio. Não deve ser confundido com o julgamento final dos ímpios mortos perante o trono branco que será além do céu e da terra, conforme está escrito em Ap 20.11-15. Vejamos os seguintes dados comparativos explicitando a diferença:
                       

                                               DADOS COMPARATIVOS


Mateus 25.31-46
na terra
Apocalipse 20.11-15
no trono branco
1 – Nenhuma ressurreição mencionada
1 – É mencionada a ressurreição dos mortos
2 – As nações vivas serão julgadas
2 – Serão julgados os mortos condenados
3 – O julgamento será na terra Mt 25.31-32
3 – O céu e a terra fugiram Ap 20.11
4 – Há classes de julgados: ovelhas, cabritos, e “irmãos”
4 – Há uma só classe, os mortos
5 – Nenhum livro é mencionado
5 – Serão abertos os livros memoriais das obras pecaminosas
6 – Ocorrerá antes do Milênio
6 – Ocorrerá depois do Milênio Ap 20.7


Como vimos acima estes julgamentos têm posições diferentes: Um será na terra (Mt 25.31-46), o outro será além da terra e do céu (Ap 20.11), e terá um espaço de tempo, entre os dois, de 1.000 anos, (Ap 20.7-9).

 Os salvos durante a tribulação participarão, também, do reino milenial de Cristo conforme os textos a seguir:

Cristo reunirá os santos salvos da tribulação (Mt 24.31; 25.31-40, 46; Mc 13.27;  Ap 20.4)

Os mártires da tribulação ressuscitarão dentre os mortos (Ap 7.9-17; 20.4)

 Os santos salvos da tribulação receberão galardões (Mt 5.11,12; Ap 11.15-19; 20.4; 22.12)

Os santos salvos da tribulação compartilharão da glória de Cristo e do seu reino (Mt 25.31-40; Rm 8.18-25, 2ª Ts 2,13, 14. Ap 20,6).

           
IV - O REMASCENTE DE ISRAEL DA TRIBULAÇÃO

       As “respingas” ou remanescente de Israel depois do arrebatamento da Igreja Triunfante:

a)                 Remanescente de Israel assinalados durante a tribulação referente ao número simbólico (144.000) e representativo das doze tribos de Israel conforme está escrito em Ap 7.1-8.

b)                Remanescente de Israel convertidos durante a grande tribulação conforme está escrito em Ap 12.10-11:  “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”. (Ler: Ap 12.7-18).

c) O livramento de Israel: “(...) Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela. Porque será naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei os teus grilhões; e nunca mais se servirão dele os estrangeiros. Mas servirão ao SENHOR, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei”  Jr 30.7-9; 
“(...) Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós. E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo convosco; Como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor DEUS. Também vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da aliança. E separarei dentre vós os rebeldes, e os que transgrediram contra mim; da terra das suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel não voltarão; e sabereis que eu sou o SENHOR”. (Ez 20.33-38).
“(...) v6 Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. v7 Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. v8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. v9 Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro”.  Sl 2..6-9. (Ler: Is 64; Zc 12.10 a 13.7-14).

d) O julgamento de Israel - Os doze apóstolos julgarão as doze tribos de Israel. (...) “Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos? E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel”. Mt 19.27-28. Com a posição dos apóstolos julgando as doze tribos de Israel fica evidente que a primazia da autoridade de Israel foi substituída pela a autoridade dos doze apóstolos representando a “Nova Aliança no sangue do Cordeiro”.

AS POSIÇÕES DAS DUAS ALIANÇAS.

As duas alianças do Velho e Novo Testamento não podem ser misturadas como alguns intérpretes sobre escatologia tem feito no livro do Apocalipse causando dificuldade na interpreção, a saber:

a)      Representantes simbólicos da Velha Aliança com Israel. Os 144.000 assinalados das doze tribos de Israel (Ap 7.1-8), permanecem na terra com seus corpos transformados para viverem e participarem do reino milenial. Não serão arrebatados.(Is 11.6-8; 65.17-20);

b)     Representantes simbólicos da Nova Aliança no sangue de Jesus. Os 144.000 simbólicos representantes dos salvos redimidos pelo o sangue do Cordeiro (Jesus Cristo). (Ap 5.1-14; 14.1-5)  Estes serão ressuscitados e traslados para compor a esposa do Cordeiro, por isto aparecem no monte de Sião glorificados;

c)      Elementos simbólicos da Nova Aliança instituída por Jesus. (...) Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, e o deu aos seus discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.26-28; 1ª Pe 1.18-19; Ap 19.7-9);

d)     A ceia das bodas do Cordeiro. Celebração da vitória triunfante dos remidos do senhor nas “bodas de casamento com o esposo – Cristo.  Os que pertencem a Nova Aliança em Cristo Jesus – da Igreja Triunfante – ressuscitarão primeiro (1ª Ts 4.13-17) e virão com Cristo (Ap 1.6-7) como as primícias para reinar (1ª Co 15.23). Só os que foram redimidos pelo o sangue da Nova Aliança – o sangue de Jesus derramado na cruz – é que vão participar da “ceia das bodas do Cordeiro”, após o arrebatamento da Igreja Triunfante, como está escrito, assim: “(...) Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. 8 E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.  E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. Ap 19.7-9, e, “(...) E a ela trarão a glória e honra das nações. 27 E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”. Ap 21.27.

A POSIÇÃO PRIORITÁRIA DE ISRAEL FOI TROCADA PELA DA IGREJA

Com a rejeição de Jesus como o Messias no seu primeiro advento, então, foi trocado a posição prioritária de Israel pela a da Igreja, como disse Jesus assim: “Porém, muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros”. Mt 19.30

Jesus mostra na parábola dos lavradores maus a rejeição de Israel. (...) “Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores? Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe dêem os frutos. Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, Essa foi posta por cabeça do ângulo; Pelo Senhor foi feito isto, E é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos. E, quem cair sobre esta pedra, despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó. E os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas palavras, entenderam que falava deles”.  Mt 24.33-45; (Sl 118.19-26; Is 28.16)

A POSIÇÃO PRIVELLIGIADA DE ISRAEL FOI INVERTIDA

 Posição de Israel para entrada do milênio depois da Igreja passar pelas bodas do Cordeiro e ser glorificada. (Ap 19.7-9).

Jesus mostra na parábola dos dois filhos a mudança de posição. “Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer”. Mt 21.28-32.
Por isso Jesus disse aos judeus que “os primeiros serão os últimos”, assim:  “Porém, muitos primeiros serão os últimos e muitos últimos serão os primeiros”. (Mt 19.30).
A posição priveligiada de Isarel foi invertida pela posição da Igreja dos primogênitos arrolados nos céus, que ressuscitarão primeiro para estar com Senhor. (1ª Ts 4.13-17).

A NOVA ALIANÇA É SUPERIOR A VELHA ALIANÇA

As duas alianças do Velho e Novo Testamento não podem ser misturadas como alguns intérpretes sobre escatologia tem feito no livro do Apocalipse causando dificuldade na interpreção sobre o número 144.000 simbólico representativo do Velho Pacto em Ap 7.1-8 e o número 144.000, simbólico representativo da Nova Aliança firmada no sange de Jesus. Por que?  Vejamos:

Mudança do sacerdote e mudança da lei. “(...) Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote, que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível”.

Jesus é único sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque. “Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus. E visto como não é sem prestar juramento porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, Mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque”.

Jesus é o Fiador da melhor Aliança. “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”.

Um único sacrifício perfeito para sempre. Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre”. Hb 7.12-28,

O novo e vivo caminho da Nova Aliança pelo sangue de Jesus: (...) Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram. Então disse: Eis aqui venho (No princípio do livro está escrito de mim), Para fazer, ó Deus, a tua vontade. Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade”.

Mudança da Velha Aliança pela Nova Aliança. “Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados”;
Jesus o Sacerdote Eterno está vivo para sempre donde virá para reinar. “Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados”.

Aliança perfeita não pode ser mais repetida. “E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito: Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado”.

O novo e vivo caminho pelo sangue de Jesus. “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele  nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu”. Hb 10.6-23

            Pelos motivos acima expressos na Palavra de Deus verificamos que agora existem duas linhas bem definidas que não podem se misturar devido a superioridade da Nova Aliança, divina, celestial e eterna, da que é terrena, temporária, - Velha Aliança - figura da que é verdadeira firmada na Obra perfeita do Filho de Deus, encarnado, crucificado, ressuscitado e glorificado à Direita do Pai.

            Isto posto, seguindo o mesmo princípio das posições e linhas das duas alianças, consequentemente, os números simbólicos representativos de 144.000, indicam as duas posições das duas alianças, isto é: a que é da terra e a que é de cima, a celestial e eterna. Dai não se deve confundir ou misturar a que representa Israel como nação terrena representada pelos israelitas assinalados das doze trribos mencionados em Ap 7.1-8,  que não serão ressuscitados e arrebatados com a Igreja Triunfante, e com o número simbólico representativo dos 144.000 que vão ressuscitar e que aparecem no monte de Sião por ter sido comprados de toda terra pelo sangue do Cordeiro da Nova Aliança. (Ler: Hb 12.22-24; Ap 19.7-9)

            Vejamos a seguir uma explicação mais resumida:

a)      Representantes simbólicos da Velha Aliança com Israel. Os 144.000 assinalados das doze tribos de Israel (Ap 7.1-8; Hb 12.17-21), permanecem na terra com seus corpos transformados para participarem do reino milenial. (Is 11.6-8; 65.17-20).

b)     Representantes simbólicos da Nova Aliança no sangue de Jesus. Os 144.000 simbólicos representantes dos salvos redimidos pelo o sangue do Cordeiro (Jesus Cristo) (Ap 14.1-5) Estes serão ressuscitados e traslados para compor a esposa do Cordeiro, por isto aparecem no monte de Sião glorificados. (Hb 12.22-29; Ap 19.7-9). Estes não vão permanecer na terra durante a tribulação.

c)      Elementos simbólicos da Nova Aliança instituída por Jesus. (...) “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, e o deu aos deus discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.26-28; 1ª Pe 1.18-19).

O remanescente de Israel. O apóstolo Paulo explica que Deus deixou “um renascente segunda a eleição da graça”, assim: “(...) Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça”. (Rm 11.2-5).

Este remanescente representa as “respingas” da nação de Israel que passará pela tribulação e sobreviverá para reinar com Cristo, conforme Ap 7.1-6; 12.12-16.

É importante ter bem claro o paralelismo das duas linhas posicionais da Velha Aliança e da Nova Aliança, a fim de não se fazer confusão entre as posições escatológicas das “respingas” ou os remanescentes que sobreviverão durante e depois da tribulação.
                             Pr Djalma Pereira.