quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

As igrejas militantes locais




As igrejas locais como expresxsão visível do Corpo de Cristo.


A Igreja de Cristo universal se manifesta nas igrejas militantes locais como expressão visível do Corpo de Cristo em cada localidade.

Como essa Igreja única, indivisível passou a ser chamada de "Igrejas de Cristo" no plural, como está escrito: "(...) as igrejas de Cristo vos saúdam" (Rm 16.16b)?. A resposta simples é: porque aquela Igreja única, invisível, agora se manifesta visivelmente em cada localidade, sem limitação geográfica, mesmo sendo com dois ou três, reunidos no nome de Jesus, em qualquer localidade, assim: (...) E, se não escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Tambem vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acêrca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles", (Mt.18:17-20).

Estas Igrejas tem a marca histórica do toque da mão humana, com todas as suas virtudes e seus defeitos. É como Jesus explicou na parábola do "do trigo e do joio". Ele é quem vai fazer a limpeza e a separação final naquele grande dia. (Mt.13:40-43)

Convém observar que em Mt.16:18, a Igreja é espiritual, invisível e única, porém, em Mt.18:17, esta Igreja local organizada trata de problemas, pode ser ouvida, tocada, exortada e disciplinada e, até mesmo, diferenciada de acordo com as suas peculiaridades e necessidades.

Em Apocalipse nos capítulos 2 e 3, o Senhor Jesus se dirige a cada Igreja, através do anjo de cada Igreja local, sempre considerando a necessidade de cada localidade, e termina advertindo-as que ouçam o que o Espírito diz as igrejas (no plural). Como consta em cada igreja local citadas no livro de Apocalipse, assim: "(...) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas". (Ap 2.7a, 11a, 17a, 29, 3.6, 13, 22). Note-se que essa é a mesma expressão que Jesus usou na parábola do trigo e do joio, em Mt 13.43b. "(...) Quem tem ouvido para ouvir, ouça". Então, a exortação é feita às Igrejas no plural, e não à Igreja no singular. Resta-nos ouvir o Espírito Santo, a Palavra de Deus, e por em prática.

Watchman Nee, em seu livro “A vida normal da igreja”, escreveu: "Temos entre nós, dois aspectos da Igreja claramente diferentes: a Igreja e as Igrejas, a Igreja Universal e as Igrejas locais. A Igreja é invisível; as Igrejas (locais) são visíveis. A Igreja não tem organização; as Igrejas são organizadas. A Igreja é espiritual; as Igrejas são espirituais e, também, físicas. A Igreja é puramente um organismo (o corpo místico de Cristo); as Igrejas são um organismo, mas, ao mesmo tempo, são organizadas, o que se vê pelo fato de que os presbíteros e os diáconos desempenham ofícios ali...todas as dificuldades da Igreja surgem em conexão com as Igrejas locais, não com a Igreja universal. Esta é invisível e espiritual, portanto, além do alcance humano, enquanto aquelas (locais) são visíveis e organizadas, portanto, ainda sujeitas ao toque da mão humana... estando tão próximas de nós que, se surgirem problemas, nós os sentimos agudamente" .

O Senhor Jesus ensinou que os membros visíveis de Seu Corpo, a Igreja, quando congregados em qualquer lugar, até mesmo numa casa familiar, seria a expressão da vida, da glória e da santidade de Seu Corpo místico, em qualquer espaço físico (At.12:5,12; Rm.16:5; Cl.4:15; Fm.1:2).

Portanto, a Igreja universal - a esposa do Cordeiro de Deus, Cristo - (Ap.19:7-9; 21:9-27), que agora existe, invisivelmente, nas igrejas locais, somente, será rerevelada após a primeira ressurreição, quando todos os que fazem parte dela serão, ressuscitados, transformados, e arrebatados na Segunda vinda de Jesus Cristo, como Igreja Triunfante (1ª Ts.4:13-18), e que na terra se manifesta visivelmente, como igrejas de Cristo militantes, no processo de sua peregrinação e história, expressando a imagem, a glória e a vida do Filho de Deus, assim como Jesus expressou a imagem exata do Pai celestial aqui na terra, como Filho do Homem (Jo.14:8-9; Mt.5:13-16, 7:15-23; At 1.11; 2ª Co.3:18; Cl.1:15; Hb.1:3; Ap. 1.7; 22:17). (Continua).

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cristo o fundamento e o Senhor da Igreja


O significado da palavra "igreja - ekklesia"

A palavra Igreja apareceu pela primeira vez no Novo Testamento, em Mt 16:18, e é tradução do termo grego ekklesia, que significa, literalmente: "assembléia dos que são chamados para fora". No contexto do Novo Testamento, significa os que foram chamados para deixarem o mundo e pertencerem a Deus, em Cristo Jesus (Mt.16:16-18; Jo.15:19; 17:14-16; At 15:14; 20:28; Gl.6:14). Indica, também, a união no Corpo de Cristo de todos os cristãos, em todas as épocas e lugares, que aceitaram a Cristo como seu Salvador e Senhor de suas vidas. Esta Igreja é considerada como o organismo vivo e santo, que tem Cristo por cabeça e todos os filhos de Deus, como seus membros (Rm.12:5; 1Co.12:-12-31).

A Igreja nunca deve servir como indicação de templo ou edificação, onde acontecem as reuniões dos cristãos, dizendo: “vamos para a igreja”, nem tão pouco como propriedade particular (“qual é a sua igreja?”, ou "a minha igreja", ou “a igreja de fulano é...”) O certo é dizer como está na Bíblia, assim: "(...) a igreja que está em Éfésio" (Ap 2.1a., localidade), etc. Ler: Rm 1.7; 1ª Co 1.2; Ef 1.1; Cl 1.2; Ap 1.4a. Isto quer dizer que a Igreja está ali, mas, não é mais dali, é dos céus, é "ekklesia" como disse Jesus: "Dei-lhes a tua palavra e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo (kosmos), assim como eu não sou do mundo (kosmos). (...) Não são do mundo, como do mundo eu não sou". É como indica a Palavra de Deus em: "(...) As igrejas de Cristo vos saúdam" Rm 16.16b. Ler: (Mt.16:18; 18.15-20; 1ª Co.14:4, 26, 28, 35; Cl 4.15). Nestes textos, quando se faz referência à igreja local, não se está reportando ao prédio, mas sim, às pessoas que oravam, ouviam a Palavra de Deus, cantavam salmos, ouviam as profecias, interpretavam as línguas e ensinavam a doutrina, tudo sob a inspiração do Espírito Santo. (1ª Co 14.26). Da mesma forma, em Mt.18:17-20, Jesus está se referindo aos seus discípulos na Igreja local, e não ao prédio. E, para fazer essa distinção, entre o prédio e a igreja local, é que Jesus ensinou, assim: "Não está escrito: “a minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração?" (Mc.11.17 – citação de Is.56:7).

Cristo o fundamento da Igreja - "Pedra principal de esquina" - At 4.11; 1ª Pe 2.6-7.
A Igreja só pôde ser revelada quando - JESUS - o Verbo de Deus (Logos) - se fez carne e habitou entre nós, (Jo 1.14), para só assim poder morrer, derramar seu sangue expiatório, redimir nossos pecados, ressuscitar gloriosamente e assentar-se à direita de Deus Pai para nossa justificação e intercessão. (Jo.1:1,14; Rm 4.25; Hb.7:22-25; 9:22-28; 10:10,14; 1ª Pe.1:18,19; 1ª Jo 2.1-2; Ap.1:5; 5:6-9).

Quando o próprio Senhor Jesus disse (Mt.16.18) que iria edificar Sua Igreja sobre Ele, a (Petra) “Rocha” principal de esquina, (Mt 21.42-44; Sl 118.22-23; At 4.10-12), é que foi revelado, pela primeira vez na Bíblia, a Igreja (ekklesia), de quem era a Igreja, quem a edificaria, qual seria o nome da Igreja (Rm 16.16b), e qual o seu único fundamento, como disse o apóstolo Paul0: "(...) Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo (1ª Co 3.11). Esta revelação, dada por Deus Pai a Simão Pedro, com relação ao Seu Filho, é inédita, imutável, insubstituível, irrevogável e eterna, porque, sem Cristo e a Sua obra redentora, não poderia existir a Sua Igreja (Mt At 4:11; 20:28; Rm.16:16b; 1ª Co 3:11).

Portanto, esta única Igreja de Cristo universal, não tem limite de tempo e espaço, e só tem um único dono e Senhor, um único Pastor, (Jo 10.11,14,16,27-30), um único Noivo e Esposo (Ap 21.9-10) , cujo o nome é insubstituível - o do Cordeiro de Deus, o de Cristo - (Jo 1.29), o qual é sobre todo nome, e permanece eternamente, (Fl 2.5-11). O apóstolo Paulo exortava aos pesbíteros da igreja em Eféso (At.20:17), para pastorearem a Igreja que Cristo Jesus tinha resgatado com seu próprio sangue. Neste texto fica claro quem é o dono e Senhor da Igreja, quando nos ordena a zelar e pastorear a Sua propriedade - a Igreja - "(...) que Ele resgatou com Seu próprio sangue". Como reconhecimento justo devemos manter o nome legítimo de Cristo nas igrejas locais, como uma expressão visível da nossa aceitação como Salvador e Senhor. Isto se verifica, também, em Rm.16:16b. Nosso dever é manter sempre o nome do legítimo dono e Senhor da Igreja: Cristo.

À esta única Igreja corpo de Cristo universal (1ª Co 12.12-13), pertencem todos os genuínos cristãos, salvos, sem limitação de tempo ou espaço, todos quantos são redimidos pelo sangue derramado na cruz do calvário por Jesus Cristo, que nasceram de novo (regeneração) pela operação do Espírito Santo. Sem dúvida alguma, esta é a Igreja Universal, invisível, que estava oculta no coração de Deus e que foi revelada aos homens: o corpo de Cristo (Jo.1:11-13; 3:1-7; Rm.5:1-2; Ef.1:12-14; Tt.3:4,5; 1ª Co.12:12,13; 1ª Pe.1:18,19, 23; 2.1-9). (Continua)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A Igreja de Cristo Universal

Cristãos martirizados em Roma
Revelação da Igreja de Cristo Universal:

Depois que Jesus ouviu o relatório de seus discipulos sobre à pergunta que Ele mandou fazer ao povo, dizendo: "Quem dizeis ser o Filho do homem?" O povo O confundiu como alguns dos Profetas, até mesmo com João Batista, (Mt 16.13-14), c povo não sabia quem Ele era. Então, esperando que alguém disesse quem Ele era mesmo, e a revelação do Pai Eterno sobre a Sua "Igreja", Jesus perguntou aos seus discípulos, dizendo: "(...) E vós, quem dizeis que eu sou?
A resposta está na Bíblia assim: Em Mt 16.16-19 - 16"E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. 18Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".


Também, foi revelado o mistério de Deus - a Igreja - e a missão do Seu Filho Amado, para com a humanidade perdida, pelo o apóstolo Paulo, assim:

Jesus Cristo como a Pedra (Petra) principal da esquina - o fundamento da Igreja - (1ª Co 3.11):
Em Ef 2.16-21. - "(...) 16e, pela cruz, reconciliar ambos (judeus e gentios) com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. 17E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto; 18porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. 19Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; 20edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; 21no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, 22no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito".

O mistério da vocação dos gentios revelado a Paulo:

Em Ef 3.1-12 - "(...) 1Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios, 2se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; 3como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, 4pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, 5o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, 6a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; 7do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. 8A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo 9e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou; 10para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, 11segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor, 12no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele".

Edificação da Igreja como o corpo de Cristo:

Em Ef 4.11-16. - "(...) Pelo que diz: . 11E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, 13até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, 14para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. 15Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 16do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor".

A Igreja como a santa esposa de Cristo:

Em Ef 5.25b-27. -(...) , como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”
Igreja como a nova Jerusalém - a Noiva, a Esposa do Cordeiro:
Revelada ao apóstolo João na ilha de Patmos - Em Ap 21.9-11 - "9.. Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas veio e me disse:– Venha, e eu lhe mostrarei a Noiva, a Esposa do Cordeiro. 10..Então o Espírito de Deus me dominou, e o anjo me levou para uma montanha grande e muito alta. Ele me mostrou Jerusalém, a Cidade Santa, que descia do céu e vinha de Deus, 11..brilhando com a glória de Deus. A cidade brilhava como uma pedra preciosa, como uma pedra de jaspe, clara como cristal".

Esta é a revelação - o mistério oculto desde os séculos - da "única Igreja de Cristo, invisível, santa e universal, que é o corpo de Cristo, à qual pertencem todos os genuínos cristãos, que serão ressuscitados, transformados, transladados e arrebatados, na vinda de Jesus, como Igreja triunfante e que, na terra, se manifesta nas igrejas locais, como igrejas militantes.” (continua)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O Espírito Santo e a santificação


A santificação é o processo que leva o cristão a ser transformado numa pessoa identificada com a natureza santa de Deus. Esse processo de santificação se inicia no novo nascimento e prossegue durante toda a vida do cristão, até quando ele receber um corpo glorificado à semelhante ao de Cristo.

Para uma melhor compreensão de cada parte desse processo, dividiremos este tema em três aspectos: santificação posicional, vivencial ou Prática e Final.

1) A santificação posicional:

Corresponde à salvação eterna mediante à justificação de nossos pecados diante de Deus. (Rm 4.25). É aquela que alcançamos diante de Deus, mediante o valor eterno e imutável da obra redentora de Cristo Jesus na Cruz do Calvário, isto é, a purificação dos nossos pecados no sangue de Jesus (Hb.10:14,18; 1ª Jo.l:7; Ap.1:5; 5:9) este é o aspecto da salvação da culpa do pecado siginifica a posição da santificação absoluta e eterna do crente genuíno diante de Deus, através da redenção em Cristo Jesus, feita de uma só vez por todas (1ª Co.1:2; 6:11; Hb.10:10,14).

Ao chamar os crentes em Corinto de santificados, apesar de haverem contendas e pecados entre eles, o apóstolo Paulo estava dando ênfase à posição em Cristo, em face da remissão dos pecados deles, mediante o valor do sangue de Jesus. Foram justificados em Cristo Jesus. Por conseguinte, foram comprados por grande preço e separados (santificados) para servirem a Deus.

Conmforme está escrito na Bíblia: "17 E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, 18sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, 19mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado",(1ª Pe 1.17-19).

Esta santificação, diante de Deus, é o resultado da Obra salvadora de Cristo, que nos comprou e nos separou para si mesmo como sua propriedade exclusiva e povo santo, tirando-nos (airó) para fora do sistema mundano de Satanás (kosmos), e nos transportando para o "reino do Filho do seu amor" (Cl.1:13). Este é exatamente o significado da palavra Igreja (ek+klesia – Igreja – literalmente: “a assembléia dos tirados para fora de”).

Aos olhos de Deus, já fomos separados (santificados) eternamente, e somos dEle por direito de compra, cujo preço foi o sangue se Jesus Cristo (Ef.5:25,26; 1Pe.1:18,19).

2) Santificação vivencial ou prática em cada dia:

Corresponde à salvação do domínio do pecado. Em outras palavbras, é a vivência prática, autêntica e verdadeira de um genuíno cristão, que possui uma nova natureza em Cristo. É o testemunho vivo do novo nascimento que se processou interiormente no cristão, e que se reflete exteriormente, em seu comportamento e maneira de viver, como nova criatura, pelo poder do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

Esta transformação exteriorizada, visível como a luz, surge a partir da transformação interior pelo Espirito Santo. (Jo.3:1-7; 1ª Jo.1:5-7). Este é o aspecto da salvação do domínio do pecado. Através dela, é manifestada a diferença entre o verdadeiro e o falso cristão; entre o “nominal-teórico” e o “verdadeiro-prático”; pois, como disse Jesus, em Mt.7:15-27: “por seus frutos os conhecereis”. Isto fica evidenciado nos atos praticados diariamente, se somos (ou não) luz e sal da terra, diante do mundo, através do nosso testemunho, daquilo que já somos de fato e em verdade, em Cristo Jesus. (Mt 5.13-16; Jo 8.12; 2ª Co.3:18; 5:17; 1ª Jo 2.15-17).

O novo homem interior é refletido na imagem exterior, em virtude de que uma coisa está, necessária e intimamente, vinculada a outra, isto é, a causa da nossa santificação exterior "em toda nossa maneira de viver" ou em nossa santificação integral: espírito, alma e corpo (1ª Ts.5:23), é a regeneração, a santificação posicional diante de Deus. A nossa maneira de ser atesta, dá prova cabal de nossa fé, através de nosso testemunho. (Ez.23:25-30; At.1:8; Ap.19:8).

O apóstolo Paulo definiu o verdadeiro testemunho em Ef.4:20-24, assim: "20Mas vós não aprendestes assim a Cristo, 21se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, 22que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, 23e vos renoveis no espírito do vosso sentido, 24e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade".

Também, lemos na carta de Paulo aos Romanos, a exortação do apóstolo a que apresentemos os nossos "corpos em sacrifício vivo e santo, que é o nosso culto racional, e que não nos conformemos, tomar a mesma forma de; imitar; modelar-se a; identificar-se com este mundo, mas transformemo-nos (dar nova forma), pela renovação do nosso entendimento (a mente de Cristo), para que experimenteis (vivenciar na prática), qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade Deus". (Rm.12:1-2).

A conseqüência natural dessa entrega total ao poder do Espírito Santo, é a libertação do domínio do pecado na vida diária (Rm.6:14-18, 22). A vontade de Deus é que se produza em nós, através da santificação diária, a imagem santa de seu Filho, como embaixadores do seu reino santo. O Espírito Santo de Deus é quem opera em nós, progressivamente, aquela transformação à semelhança de Jesus Cristo, refletindo como luz num espelho, a imagem do seu caráter santo, em nossas vidas.

Por isso mesmo, está escrito em Fp.2:12-15: "(...) assim também efetuais a vossa salvação com temor e tremor (...) para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo".

3) A santificação final sem a presença do pecado:

A santificação final se dará somente no dia da redenção plena (na primeira ressurreição) quando formos libertados, definitivamente, da presença do pecado e da morte física de nossos corpos, os quais serão transformados, glorificados e imortalizados, à semelhança do corpo glorioso de nosso Senhor Jesus Cristo, quando acontecer a Sua vinda para arrebatar a Sua Igreja Triunfante (1ª Co.15:35-58; 1ª Ts. 4:13-18; Fp.3:20-21). É a consequência do aspecto da salvação da presença do pecado.

Trata-se da libertação total da presença do pecado, quando, através da ressurreição, o nosso corpo será transformado, glorificado e imortalizado à semelhança do de Cristo Jesus. 1ª Co.15:51-54. É a remoção total da presença do pecado do corpo do crente genuíno. Isto significa que fomos salvos da culpa e do domínio do pecado, na esperança de sermos salvos da presença do pecado, no dia da "manifestação da glória dos Filhos de Deus", na ressurreição dos nossos corpos. Ler: Rm 8:18-24.

O apóstolo João afirma esta mesma verdade, em 1ª Jo.3:2-3. Em outras palavras, significa que seremos semelhantes a Ele, pois não estaremos mais com a presença do pecado, não mais morreremos e os nossos corpos serão imortalizados e glorificados.

O Espírito Santo e a regeneração


O ensinamento de Jesus sobre o novo nascimento ou a regeneração feito a Nicodemos, foi assim: "(...) Jesus respondeu e disse a Nicodemos: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entarar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nscido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de ter dito; necessário vos é nascer de novo". (Jo 3.3-7).
O apóstolo Paulo explica em outras palavras como se processa o novo nascimento no crente genuíno em Cristo Jesus, conforme está escrito em 2ª Co 5.17-18: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação". ( 2ª Cor 5.17-18)

Segundo J.I.Packer, “a regeneração, ou o novo nascimento, é uma nova criação interior, em lugar da natureza humana caída, mediante a ação soberana graciosa do Espírito Santo” (Jo.3.5-8).

A natureza da regeneração, especificamente, é a seguinte: a) Ela começa na conversão (arrependimento e fé); b) encontra fruição na santificação; c) e visto que a glorificação é um processo eterno, que vai aumentando sempre em poder e glória, os regenerados passarão de um estágio a outro de glória, até a estatura completa de Cristo, a varão Perfeito (2 Co 3:18).

O termo “regeneração” aparece apenas duas vezes no Novo Testamento (Mt.19:28; Tt.3:5). No evangelho de Mateus, tem um sentido escatológico, referindo-se à restauração de todas as coisas. Certamente a renovação do indivíduo faz parte da restauração universal. Na epístola de Tito, tem um sentido individual e fala da renovação de cada pessoa, bem como da transformação da personalidade humana. Porém, em ambos os casos o agente dessa transformação, é o Espírito Santo.

Noutros trechos bíblicos, a idéia de regeneração é expressa por palavras que significam "gerar" ou “dar nascimento a”, como lemos em: Jo.1:12-13; 3:3-8; 1ª Jo.2:29; 3:9-10; 4:7; 5:1,4,18 e 1ª Pe.1:23. A nova criação, que novamente expressa a idéia de regeneração, pode ser vista nas passagens de 2ª Co.5:17 e Gl.6:15. A expressão “novo homem, em Cristo”, que tem o mesmo sentido, pode ser vista em passagens como: Ef.2:15; 4:24.

O encontro de nosso Senhor Jesus Cristo com Nicodemos (Jo.3:1ss) proporciona um excelente fundo histórico para o estudo deste tópico. A declaração de Jesus (v.3), apontou a necessidade mais profunda e universal de todos os homens: a mudança radical e completa da natureza e caráter do homem, em sua totalidade.

Toda natureza do homem ficou deformada pelo pecado, a herança da queda. Essa deformação moral se reflete em sua conduta e em todas as suas relações. Antes que o homem possa ter uma vida que agrade a Deus, sua natureza precisa ser mudada (1ª Co.15:42-49; Cl.3:1-4).

Os meios por Deus empregados para efetivar o novo nascimento são: o Espírito Santo (Jo.3:3-8) e a Palavra de Deus (Ef.1:12-14; 1ª Pe.1:23; Tg.1:18). Na regeneração, a iniciativa é atribuída a Deus (Jo.1:13), sendo proveniente do alto (Jo.3:3,7), e efetuada pelo Espírito Santo (Jo.3:5,8).

Adam Clarke, igualmente, acrescenta que o novo nascimento “compreende não somente aquilo que se chama de justificação ou perdão, mas também aquilo que se chama de santificação e consagração. Portanto, o pecado deve ter sido perdoado, e a impureza desse coração deve ter sido lavada, antes que a alma possa entrar no reino de Deus. Posto que o novo nascimento subtende a renovação da alma inteira, em retidão e santidade autêntica, não se trata de uma questão que possamos desprezar facilmente: o céu é um lugar de santidade, e nada que lhe seja diferente jamais poderá entrar ali” (Ap 22.14-15).

A presença habitadora do Espírito Santo, nos genuínos crentes, é sempre contínua e perpétua (Jo.14:16-17). Essa presença habitadora produz frutos no crente, semelhantes à natureza moral positiva de Deus (Gl.5:22,23). O alvo da implantação do fruto do Espírito, nos seus vários aspectos, bem como de todas as suas operações na alma, é o de transformar os crentes segundo a imagem de Cristo, nos termos mais literais possíveis, de tal modo que estes venham a compartilhar da natureza moral e metafísica essencial de Cristo, conforme Rm.8:29; Ef.1:23; 2ª Co 3:18.

O Espírito Santo e o arrependimento


O verdadeiro arrependimento do pecador precede a sua conversão. É um ato ocorrido, inicialmente, em sua consciência, pela presença do Espírito Santo, que o convence do erro, condenando as ações erradas e pecaminosas (Jo.8:7-9). Faz parte das atuações do Espírito Santo convencer os homens acerca do mal moral e dos requisitos espirituais, assim: "Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolodor não virá a vós; mas, quando eu for, enviar-vo-lo-ei. E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e, do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julado" (Jo.16:7-11).

A verdadeira conversão envolve a fé e o arrependimento (At.3:19; 26:18). Um exemplo radical de conversão é o caso de Paulo (At 9:1-18). A conversão pode vir de súbito, mas, normalmente, tem um longo tempo de preparação. A conversão consiste no exercício do arrependimento e da fé. O arrependimento é uma mudança de mente, de coração e comportamento para com Deus (Mt.5:13-16, 7:15-29; Tg.2:14-26).

a) O arrependimento nasce da pregação do Evangelho e da Palavra de Deus (Mc.1:15);

b) por causa da paciência e longanimidade de Deus (2 Pe.3:9);

c) pela manifestação da Glória de Deus (Jo.11:39-45; 12:9-11);

d) através da manifestação do juízo divino (Zc.12:10; Jo 3.18-19, 36; Mc 16.16; 1ª Jo 5.12);

e) a tristeza segundo Deus conduz ao arrependimento (2 Co 7:9,10), bem como a Sua bondade (Rm.2:4-8);

f) é ensinado por Deus (At.17:30,31; 2ª Tm.2:25);

g) foi ensinado por Cristo (Ap.2:5,16; 3:3);

h) é uma operação do Espírito Santo (Zc.12:10-13:2; Jo 16.8-11);

i) é o começo do processo da santificação (At.2:37-39).